Ilha remota quer eliminar o tempo

O Cazuza poderia mudar de ideia sobre o tempo não parar se conhecesse a ilha de Sommaroy, no norte da Noruega. Por lá, o tempo parece não passar – ou pelo menos não como no resto do planeta. Enquanto nossas vidas são organizadas com a divisão dos dias imposta pelo nascer e pelo pôr do sol, na ilha, um dia dura meses, seguido por uma noite igualmente longa. Dá para entender porque os pouco mais de 300 mil habitantes consideram os relógios desnecessários, né? Vem cá, que a gente explica melhor.

A localização ao extremo norte do planeta cria em Sommar uma condição temporal 100% singular e extrema: entre 18 de maio até 26 de julho, o sol simplesmente não se põe. É como se “um dia”, durasse 69 dias no total, considerando que não há um período de escuridão neste tempo. Naturalmente, a população local se adaptou a tal realidade e vive uma vida bem diferente da habitual. Qual é o problema de pintar a casa às 2 da manhã? De ir dormir ao meio dia e acordar à meia noite para fazer uma entrevista de emprego? De deixar as crianças brincarem lá fora em plena madrugada? O tempo, definitivamente, é relativo na ilha.

Parece que o ano todo é pura alegria, mas a situação se inverte no inverno. Entre novembro e janeiro, o sol não nasce e tudo permanece escuro por mais de dois meses. Deu uma agonia aí só de ler isso também? Enfim, por estes fatores, Sommar decidiu ir atrás das autoridades norueguesas para reivindicar o reconhecimento do local como “zona livre de tempo”. Eliminar os horários, isso mesmo!

Oficialmente, a ideia da petição era de proporcionar o máximo de flexibilidade, 24 horas por dia, sete dias da semana, permitindo e adaptando, assim, o funcionamento de escolas e trabalhos à realidade local. Mas, muita gente encarou o pedido como uma notícia falsa ou uma eficaz jogada de marketing, como uma forma de atrair turistas para a ilha, então nada foi decidido até o momento. Poxa, eles só querem normalizar dar um mergulho às quatro da manhã! Se o dia tá lindo e o clima ensolarado, nada mais justo, né? :P

Um símbolo do fim dos horários previstos na iniciativa consiste em que os visitantes pendurem seus relógios na ponte que separa a ilha do restante do município a que pertence, Tromsø. O cadeado do amor na ponte de Paris tá diferente! Mas se na capital francesa o gesto é uma jura de amor, em Sommar é para ser livre do tempo e de qualquer compromisso com horários.

Independente do que for decidido legalmente, a ilha já tem uma dinâmica de vivência muito singular e pessoal. Segundo um representante dos defensores da eliminação do tempo, ter o acordo escrito não passa de formalizar algo que já é praticado geração após geração. O reconhecimento seria ótimo para a comunidade local? Talvez. Mas, se ela não acontecer, a vida literalmente seguirá como sempre foi: livre das horas.

E você, conseguiria viver assim? Por aqui, o período de verão seria fichinha – apesar de um possível incômodo em passar quase 70 dias sem dormir na total escuridão (nada que uma persiana blackout não resolva, né, redatora?), porque a gente ama um solzão e um dia que rende! Mas, o período de “noite” sem fim seria um baita desafio. Imagina nem vestígios de uma luz natural? Haja suplementação de vitamina D!
#IntoTheOutdoors

Fonte: www.hypeness.com.br

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